Continua a ser dificil para mim captar a fisionomia das pessoas em movimento.
Mas o problema maior com que me defronto é adicionar linhas a mais nos esboços (aliás em todo tipo de desenho que faço...), precisava mesmo de melhorar isto, e conter-me de adicionar estes traços extra.
josé, para mim, neste conjunto, o mais interessante está na composição e nas "peças de tetris"! o manifesto vale o que cada um quiser que ele valha!
ResponderEliminarTambém gosto José!
ResponderEliminarMarco…
não disse nada que alguém não saiba.... ou disse???? ;)
ResponderEliminar"o manifesto vale o que cada um quiser que ele valha!"
EliminarIsto não é bem assim! :D
:D entre pessoas inteligentes não precisamos de ser politicamente correctos. O que queria dizer é que o mais importante não é o que fazemos "com" o manifesto, mas sim, o que fazemos "a partir" do manifesto :) a mim pessoalmente só me interessa o caderno e o desenho nele na ligação mais pura e ingénua possível.
EliminarPois, mas quando tu dizes aquilo assim, solto, pode levar a interpretações erradas. Entre elas a ideia de que aquelas regras são só para enfeitar a coisa. O Manifesto regula o movimento artístico e, nesse sentido, deverá ser respeitado. Podemos discuti-lo (eu próprio alteraria algumas coisas) mas será sempre um elemento que dita a forma como se desenrola a actividade.
EliminarO teu trabalho com os diários gráficos é interessantíssimo (sabes que sou fã) mas também é verdade que grande parte dele não encaixa com o "urban sketching". Eu conheço os teus interesses e também tenho interesses semelhantes. Mas aquilo que fazemos com os nossos cadernos é lá connosco… :D o "Urban Sketching" é algo bastante mais concreto e pragmático.
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarTenho que confessar que o comentário ao José não foi inocente e, de certa forma, acompanhado de um tom (ligeiramente) provocatório, tal como o meu 2º comentário, que é, obviamente, irónico!!! No entanto, não está em causa entrar em confronto directo com isto ou com aquilo em particular dos USK ou tentar fazer uma apologia a favor de outra coisa, ou minar o sistema por dentro. Não. Na realidade, interesso-me pela reacção das pessoas aos desenhos nos cadernos e os comentários parece-me que reflectem bastante o grau de envolvimento que essas pessoa tem com esses trabalhos. Interesso-me muito mais pelos comentários que originam a discussão pública do que pelos que apenas parabenizam e dão palmadinhas nas costas (se bem que defendo que há espaço para tudo e estes últimos também sejam importantes).
EliminarMas a minha posição também é consequência do que tu próprio disseste em relação ao meu trabalho "que grande parte dele não encaixa com o "urban sketching".". Como disseste também, o que fazemos nos nossos cadernos é lá connosco, o que me leva a pensar se cada autor mede, por aproximação ao manifesto, o que publica no blog, deixando de fora outros trabalhos que segundo a sua perspectiva podem “não encaixar” no manifesto, e como tal, remeter esses “outros” desenhos para os seus blogues e sites pessoais, por exemplo.
Como nunca fiz essa distinção, para mim é muito estranho olhar para um desenho no caderno e estar a decidir se o publico ou não no USK, preocupado com o respeito que ele terá pelo manifesto. Portanto, de forma ingénua (possivelmente) acabo por pensar que os outros autores não sejam diferentes nesta atitude. Quando o José se mostrou algo preocupado porque, partes dos seu desenhos encaixavam no manifesto dos USK e outras não, fiquei a pensar se, por acaso, haveria algum conselho ético-artístico-científico, para avaliar o que poderia entrar ou não como trabalho no blog e ao qual, o José tivesse que dar satisfações.
Poderia apostar porque é que o José disse o que disse, e por isso talvez não seja má ideia esclarecer se o manifesto é um conjunto de “regras” enquanto “leis”ou, enquanto “princípios”. Esta minha distinção não me parece que seja apenas uma questão retórica ou de semântica, porque pessoalmente penso que o que está em causa são princípios e não leis, senão vejamos: primeiro porque nos movimentamos no campo artístico e por isso o carácter criativo não se misturaria com normas à priori (houve épocas que assim já foi, mas não na contemporaneidade). Segundo, porque enquanto leis há toda uma série de incongruências que questionadas a fundo fariam desmoronar ou o manifesto ou os trabalhos publicados. Por exemplo, o uso do caderno como suporte para os desenhos é uma condição para aceitação na comunidade, mas não há nenhuma menção a essa condição no manifesto!!!! (paradoxo????).
Penso que seria bom que nem o José que agora se juntou a nós, ou os que já cá estão ou o que ainda virão, pense que o Manifesto é esse tal conjunto de regras judiciais. Acho que estamos todos de acordo que esta comunidade é livre e democrática, e a aceitação pela diferença vale mais do que esmiuçar este ou aquele ponto do manifesto garantindo que está tudo certinho conforme o mesmo. Aliás, penso que o mais importante do manifesto está na parte do ponto "5" e "6" que diz: (...) valorizamos cada estilo individual (...) Apoiamo-nos uns aos outros (...).
Também, porque não sou dado a ortodoxias, gosto de perceber se existe ou não um carácter vivo nas coisas e reflectir na forma como elas evoluem, ou o que as pessoas fazem com elas. Por isso olho para o manifesto dos USK da mesma maneira e tento perceber se existem limites ou não nele e se sim, como ultrapassa-los. Como disse no comentário anterior, não é o que fazemos "com" o manifesto, mas sim, o que fazemos "a partir" do manifesto. Quero dizer que tento vê-lo como algo orgânico que se adapta e evolui. Não digo que não deva de haver um manifesto (muito embora me pareça uma coisa algo anacrónica na pós-modernidade, mas isso é outra história) mas se ele funciona como lei, então que seja inequívoco. Senão, não será possível criticar a relatividade da interpretação.
EliminarNo limite, traduzo urban sketching como: o quotidiano desenhado (em cadernos) (sim, esta seria a lei pela qual lutaria: o trabalho sobre o caderno) Por este sentido sim, há que ser pragmático: cadernos + desenhos + quotidiano. Se o José inclui no seu quotidiano peça de tetris, porque não mostra-las? É deste pormenores que reside o interesse do blog: encontrar no desenho em cadernos o que não é expectável no quotidiano prosaico e cinzento no qual parece, estarmos todos metidos. A riqueza criativa da abordagem é o que nos leva a percorrer post por post o trabalho dos nossos companheiros, resultando na criação de um sentimento de libertação pela imaginação de quotidianos surpreendentes. Se assim não for, rapidamente se cai no tal estereotipo de que os USK são os gajos maluquinhos por desenhos de casinhas ou dos postais ilustrados de cosmopolitismo burguês ou de ruralidade retro-chique, como já ouvi. Também confesso que não sei se existe uma maioria de desenhadores nesta comunidade que esteja interessado nisso, mas tenho a certeza que limita-lo formalmente pelo que está desenhado, é um erro.
Portanto, o José, que faz o seu primeiro post preocupado se está a respeitar isto ou aquilo, parece-me não fazer sentido nenhum. O único sentido admitido é que o José nos surpreenda com o seu quotidiano pessoal e único, espelhado em desenhos em cadernos pessoais e únicos. Por isso, no limite, o manifesto valerá na mesma medida com que cada um limita a publicação, aqui no blog dos seus desenhos.
Agora também me lembrei do seguinte para virar isto tudo ao contrário: como é que o José garante que "ignorando as peças de tetris", tudo o resto está de acordo com o manifesto?????? :D
EliminarEm primeiro lugar, quero sublinhar que não há problema absolutamente nenhum com os desenhos do José. As peças de Tetris podem perfeitamente fazer parte do seu quotidiano visível e, nesse sentido, fazerem parte dos seus registos. O meu “Marco…” vai no sentido de a afirmação ser perigosa porque aparece solta. E isto pode ser um problema porque pode facilmente levar a interpretações erradas do manifesto e, como tal, levar a posts que não encaixam com o mesmo. Por exemplo, colocar desenhos que não foram feitos “in situ”, personagens da imaginação de cada um, etc… (claro que podemos discutir que em rigor nada é “in situ” e que em rigor tudo são personagens da nossa imaginação… :) enfim… acho que me faço entender)
EliminarCompreendo a tua posição relativamente ao manifesto e, em parte, concordo. Não fui eu que o escrevi e, se pudesse, alteraria uma série de coisas. No entanto, é necessário perceber a intenção por parte de quem o criou e respeitar essa mesma intenção. Fazer parte, ou não, da comunidade, implica, numa primeira fase, estar de bem com isto.
São efectivamente regras que devem ser cumpridas. No entanto, nós cá em Portugal, ainda vamos sendo um pouco mais flexíveis. Mas nos outros países a coisa é ainda mais rígida ao ponto de que os posts, por exemplo, devem efectivamente ter um carácter jornalístico.
Atenção que falo em nome da comunidade e não a título individual. Isso seria uma outra conversa. Mas, pensando no "urban sketching", enquanto actividade ou movimento artístico, diria que o manifesto é para ser cumprido. Caso contrário, para que é que ele existe? Para quê o “urban sketching”? A atitude aqui é mais moderna do que pós-moderna. :)
O manifesto já fez correr muita tinta… uma pesquisa pelo Flickr ou Facebook leva-te a essas extensas conversas. :) Claro que podemos desmontar aquilo tudo muito facilmente. Começando com as questões da representação, passando pela natureza da imagem e acabando no papel do autor. Mas para quê fazê-lo? Se o fizéssemos destruiríamos a comunidade. E, por outro lado, isso também não faz sentido.
Quero pensar que cada autor mede aquilo que publica. Pessoalmente, mais interessante ainda quando esse mesmo autor começa a explorar as fronteiras do próprio manifesto. Mas mantendo-se, ainda assim, dentro do seu território e não saltando o muro onde “vale tudo desde que seja num caderno”. (lembro-me de o designer Massimo Vignelli chamar de “galinhas sem cabeça” aos pós-modernistas…)
É o manifesto que dita, que filtra, que enforma a actividade. Nos nossos blogs pessoais somos o que quisermos. Mas aqui somos “urban sketchers” e isso diz respeito a uma determinada abordagem e, como tal, implica aceitarmos essa mesma abordagem.
O caderno, e a presença do mesmo na digitalização, é uma regra portuguesa que também já foi discutida extensivamente inclusive com o próprio Gabi Campanario (para quem não sabe, o fundador dos urban sketchers). Este defende que o uso do caderno não é importante. Para ele é muito mais importante a questão da reportagem, o tal caráter jornalístico da actividade. Cá em Portugal achamos que o caderno é importante e essa coisa da reportagem nem tanto. Pessoalmente, acho importante o caderno e acho importante uma atitude documental (algo que é diferente de uma atitude jornalística).
O manifesto não são regras judiciais mas, por exemplo, certamente que não irão surgir desenhos de fadas e dragões. :) Existem locais onde, por exemplo, também não surgem desenhos de modelo, ou do gatinho (e eu que gosto tanto de desenhar os meus…), ou ainda da escova de dentes ao lado do sabonete. Aqui podem… só não coloquem é as fadas e os dragões. :)
Esta atitude de documentar o real é importantíssima. Que, apesar de não ser exactamente uma atitude jornalística, está próxima desta. O post deveria, no limite, contar uma história para o leitor. Sobre alguém, sobre um espaço ou uma actividade. Uma história composta por texto e desenhos. Uma história com interesse para quem a lê (texto e imagem). Se pensarmos nisto, percebemos que realmente, se calhar, o gatinho não faz sentido. Ou três desenhos que foram feitos na aula de desenho de modelo nu. Ou a flor que surgiu com a Primavera… Atenção que tudo isto, pelo menos neste blog, é aceite. Só estou a dizer isto para que percebam a filosofia que está por detrás do “urban sketching”. Por mim, só não coloquem as fadas e os dragões. :D
EliminarRelativamente aos comentários depreciativos de quem está de fora… ainda bem que há gente que não acha piada nenhuma a isto. Se gostássemos todos de bananas o mundo estava perdido! Na verdade, dentro da comunidade, a variedade é elevadíssima e, um olhar mais atento, percebe rapidamente isso. Por outro lado, toda e qualquer imagem é sempre interessante e densa de significado… independentemente de ter sido produzida por um mestre de belas-artes ou não. Ela fala sobre que é o autor, como ele vê o real, o que selecciona, o quer deixa de fora, sobre nós que a vemos, sobre o referente desenhado, etc… tudo carregado de significado. Desde o todo, passando pelo ponto de vista, à simples escolha do material riscante.
Uma grande abraço Marco! E para terminar, duas coisas: 1. gostava de ver mais desenhos teus por aqui (porque é sempre um prazer gigante quando isso acontece); 2. gostava também de te ver num encontro para desenharmos juntos e continuarmos esta conversa!
Tiago, penso que não mudo nada ao que escreveste. Tudo faz sentido. Não nego que há espaço para tudo e que o USK tem o seu próprio campo de acção. Tudo de acordo é claro :) O mais importante é a troca de ideias e a discussão pública :) Quanto ao teu desejo, vou tentar postar mais conteúdos, mas confesso que ando a passar uma fase que não me deixa grande tempo para o desenho, mas arranjar-se-à mais algum :) Quanto aos encontros, é apenas uma conjugação de factores, porque a minha vida entre o Porto, Bragança e Chaves, criam uma logística sui géneris que não dá para estar onde quero, mas sim onde tenho que estar :)
EliminarObrigado a ambos :)
ResponderEliminar